Os EUA atuaram no mundo de forma muito negativa desde o fim da segunda guerra. Foram eles que apoiaram e ajudaram a estruturar as ditaduras militares em toda a América Latina, inclusive aqui no Brasil, nos anos 60 e 70. Em alguns países onde não conseguiram colocar ditaduras no poder, apoiaram sangrentas guerras civis, que mataram centenas de milhares e destruíram diversos países, em especial na América Central e na África, até os anos 80.
No Oriente Médio, apoiavam um ditador no Irã na década de 70 (xá Reza Pahlevi). Quando os xiitas derrubaram a ditadura do xá, os EUA ajudaram a criar um forte ditador no Iraque, e o armaram fortemente, para guerrear contra o Irã que não aceitou o controle americano. 20 anos depois, de forma bastante cínica, os EUA transformaram o antigo aliado Saddam Hussein em "inimigo da democracia". Democracia que os EUA só defendem em discurso, pois adoravam fomentar ditaduras e guerras civis.
Quase todos esses ditadores de países árabes que ameaçam cair agora, se mantiveram no poder porque era o interesse dos EUA. Os americanos preferem ter alguém comprometido com os EUA do que alguém que represente democraticamente seu povo.
Mas o Obama veio dar uma esperança de um mundo melhor. Alguém que ganhou um Nobel da paz, alguém inteligente e culto como ele, que tem no sangue a África e na família muçulmanos, teria que ser diferente. Teria!
Mas a grande decepção começou com o cinismo com que o Obama ignorou as rebeliões nos países árabes contra ditadores amigos dos EUA. Os americanos só resolveram agir na Líbia, não por coincidência o único ditador que não é aliado americano. Mas ouvir que a CIA está fazendo ações "secretas" para passar armas para os rebeldes foi demais. O Obama está lançando mão do que há de mais sujo que os EUA já fizeram na política externa. Só falta agora uma nova guerra civil criada pelos americanos. Tristemente, me vêm a cabeça a velha música do Léo Jaime: nada mudou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário