O nível de consumismo já passou da insanidade. Pessoas gastarem centenas de reais para darem presentes que só irão prejudicar seus filhos é algo inacreditável. Mas que tá virando algo comum...
Quero falar das atualmente na moda, caríssimas e péssimas "motos" elétricas.
Como é que pode um pai, em sã consciência, dar uma moto elétrica para seu filho pequeno? Ele nunca ouviu falar do problema crônico de obesidade infantil? A troco de quê alguém gasta centenas de reais para comprar algo que é muito pior que uma bicicleta: com uma bicicleta a criança se diverte mais, faz exercícios, aprende coordenação motora integrando mãos, pés e equilíbrio, enfim, é um exercicio completo. E é tão divertido. Com uma porcaria de uma moto elétrica a criança aprende a ser preguiçosa e tenderá a virar mais um adulto obeso que pegará o carro para ir comprar pão na esquina...
Fico pensando porque um pai faz uma maldade dessas com seus filho. Duas respostas me vêm a cabeça:
- ou ele quer mostrar para os outros que tem grana, quer aparecer,
- ou ele achou o brinquedinho legal para ele, foi algo que a criança dentro dele adorou a possibilidade de ter em casa.
Ambas as opções são horríveis: a compra não foi pensando na criança.
Então, gente, antes de dar algo para uma criança, pense bem. Muitas vezes, na verdade a maioria, singelos e simples brinquedos clássicos são muito melhores para as crianças que coisas cheias de eletrônicos, telas, motores, pilhas e tomadas.
Quero muito que meus filhos aprendam a andar de bicicleta, jogar bola, rodar pião, pular corda. Isto sim é infância divertida. O resto é consumismo deslavado. Ou vontade de aparecer.
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Marcos, depois de ler seu post, fui conferir seu perfil e constatei que você não possui nenhuma formação em pedagogia, psicologia ou educação infantil, portanto, entendo sua incompreensão diante das razões que levam uma criança a pedir a seus pais que comprem uma moto elétrica de presente para ela.
ResponderExcluirAs crianças estão em fase de desenvolvimento e ele se dá pela observação e reprodução do comportamento de seus modelos adultos, ou seja, pais e responsáveis. Isso significa que as atividades do mundo adulto são tópicos extremamente interessantes para serem explorados em uma brincadeira de faz-de-conta. Muitos pais possuem motos como seus meios de transporte diários e a criança se sente seduzida a brincar de dirigir também. Não estou negando que possa haver um desejo de consumo de produtos infantis inconsciente por trás da adesão à compra do brinquedo por parte dos pais, mas o desejo das crianças é na maioria das vezes determinante para a aquisição do produto.
Ressalto que brincadeiras que exigem menos movimento corporal são tão importantes para o futuro da criança quanto aquelas nas quais ela aprimora seu equilíbrio, força física e reflexos. Fazer-de-conta, assistir desenhos e filmes, ler, jogar no computador... são atividades que estimulam a imaginação, o pensamento lógico, a criatividade, a inteligência e até mesmo as habilidades intra e interpessoais. Portanto, não é porque seu filho está sentadinho na moto imaginando uma cidade pela qual ele dirige que não está se desenvolvendo. Criança aprende e cresce na maioria das atividades que realiza. O equilíbrio entre as diversas formas de brincadeira é saudável e recomendado.
Quanto ao comentário sobre seus filhos, sinto muito por eles. Talvez seja melhor você rever seus conceitos um tanto quanto arcaicos. Assim como a tecnologia e o mercado de trabalho se desenvolveram muito desde a sua infância, os costumes infantis também o fizeram. Estudos recentes provam que as crianças de hoje não são menos capacitadas ou entretidas que as gerações anteriores; pelo contrário, uma criança atualmente pode realizar tarefas e compreender temas que seus pais e avós só dominavam na época da adolescência. Isso não se converte em uma diminuição da infância, mas em uma alteração do conceito da própria, visto que ela é uma construção cultural que inexistiu durante um longo tempo na história da humanidade. Mas se você prefere que seus filhos parem no tempo, se limitem ao desenvolvimento das gerações passadas e sejam até mesmo inadequados para as demandas futuras que a vida e o trabalho exigirão deles, infelizmente não posso fazer nada senão lamentar por pessoas que não estão preparadas para serem pais na contemporaneidade.
A resposta está no seguinte post: "Resposta a uma "educadora" preconceituosa"
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