Sou 87,5% português. Meu pai é português de nascimento e minha mãe tem três avós portugueses. Foi passando três meses em Portugal que entendi de onde vêm boa parte da minha cultura, dos meus valores, do meu jeito de ser. É muito bom quando nos conhecemos um pouco melhor.
Tem muito o que eu possa falar de Portugal, mas hoje vou falar de comida.
Hoje é sexta-feira santa e arrisquei fazer a minha primeira bacalhoada. Não ficou tão boa quanto a da minha mãe, em especial quando ela fazia na extinta "forma fulgor", que deixava qualquer bacalhoada mais gostosa. Mas ficou bem interessante, mesmo assim. Bacalhoada tipicamente trás-montana, com muita batata, azeite, e bacalhau desfiado. Na verdade, o que mais gosto nas bacalhoadas são as fatias de batata, com o gostinho do bacalhau e do azeite e, em especial, aquelas que ficam queimadinhas no fundo da panela.
Outro dia arrisquei um caldo verde. Mas uma comida simples da terrinha, feita em poucos minutos: basta um refogado, uma couve fatiada, uma linguiça e uma porção nada econômica de batata. E, cá entre nós, ficou bom também.
Desde que comecei a morar longe de casa, faço de vez em quando os simples cozidos, com batatas, batatas doces, ovos, verduras, cebola, tudo simplesmente cozido em água e regado à azeite e vinagre. Simples, leve e delicioso.
Mas tem muito mais delícias da terrinha. Os pastéis de Belém lá de Lisboa são insuperáveis, mas mesmo os do Habib's são muito bons. Os doces com muitas gemas e muito açúcar, como os quindins, são sempre deliciosos. Bolinhos de bacalhau são ótimos salgadinhos para qualquer situação.
Mas não posso negar minhas origens: sinto muita falta das inesquecíveis filhoses (ou fritas), guloseimas que são sinônimo de Natal para mim e estão intimamente ligadas às memórias da minha vó. E também ao gostoso bolo de carne, bolo que só vi similar em restaurantes da região de Vila Real, de onde veio a família do meu pai.
Viva a minha origem portuguesa e seus deliciosos quitutes.
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