sábado, 26 de novembro de 2011

Trapalhões na luta contra a ditadura

Nossa "elite intelectual" escolhe seus mocinhos e seus bandidos por simpatia, e não com base na verdade. E isso ainda era mais forte na época da ditadura.
Sempre ouvia falar bem do Caetano e do Gil e mal do Roberto Carlos na infância, porque o Roberto compactuava com a ditadura. Mas foi só depois da ditadura cair que soube que a frase
"Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, uma história para contar, de um mundo tão distante"
eram os caracóis do Caetano que estava exilado na Inglaterra, Caetano que o Roberto fez questão de visitar. Vamos e venhamos, se o cara era considerado o rei, fazia um sucesso danado e fosse assim tão alienado, porque iria fazer uma música em homenagem à alguém perseguido pela ditadura? É, o Roberto não merecia aquela perseguição, mas na verdade os intelectuais nunca gostaram de quem faz sucesso, é uma opinião elitista de quem nunca vai gostar de nada que o povão gosta!
Mas o tema aqui não é Roberto, mas Os Trapalhões. Sim, o grupo de palhaços mais incrível que esse país já teve. O grupo com um paulista que veio do circo (Dedé), um autêntico sambista carioca (Mussum, que antes cantava no grupo Originais do Samba), um mineirinho típico (Zacarias) e um nordestino pobre mas esperto, com um quê de Carlitos, mas brasileiríssimo (o Didi). Eles agradavam todas as idades, com humor leve, simples e com cara do nosso país. E foram sucesso por duas décadas não apenas na TV, mas também no cinema, onde eram, ano após ano, a maior bilheteria.
Os chatos pseudo-intelectuais jamais assumiriam que os trapalhões lutaram contra a ditadura. Sempre irão citar aqueles diretores de cinema chatíssimos, que só eles conseguiam assistir e não tinham nenhum impacto no povo. Mas revendo "Os saltimbancos trapalhões" agora, filme de muito sucesso na época, fiquei abismado ao perceber tão claramente uma cena: enquanto toca "Todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco, (... ) não há nada a temer", a plebe explorada se rebela contra o dono do circo, que acaba dividindo o poder. Claro, chatos intelectuais, o texto é inspirado na peça do Chico Buarque, por sua vez traduzido de texto francês. Mas a peça, senhores inteligentes, era uma coisa para poucos filhinhos de ricos. Já o filme dos trapalhões, foi visto por mais de 5 milhões de pessoas, só no cinema!
O detalhe importante - e nada discreto - é que atrás do dono do circo está aberta não uma lona, mas a bandeira do Brasil! Nada mais claro, nada mais evidente, a metáfora é explícita! Os trapalhões tinham muito mais a perder que os estudantes rebeldes que faziam ações terroristas que se acham heróis (vide aqui), e não deixaram de mostrar sua opinião! É ridículo que nunca vi ninguém da nossa elite esquerdista agradecendo os trapalhões por ter lutado ao lado deles...Ao ver essa cena, fiquei ainda mais feliz por sempre ter sido fã incondicional dos 4 palhaços, palhaços que nunca sairão da minha memória de momentos felizes!

Veja também:
- Juventude atual: Losers são os americanos...
- Uma elite intelectual idiota

3 comentários:

  1. Falou tudo amigo, eu sempre fui fã dos Trapalhões e lembro bem deste e desta cena
    Mas os chatos esquerdistas acham que Deus e o Diabo na Terra do sol um filme super-chato é o máximo.Cretinos!

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  2. Sou fã do quarteto, e a minha trizteza é não ter aproveitado desde o começo, devida à idade. Agora, mais um motivo de orgulho. Nunca houve, não há e jamais haverá uma trupe como essa. Incomparáveis!!!

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  3. Os trapalhões possuem várias criticas bem humoradas a politica e ao cotidiano, ao longo dos seus vários episódios na televisão. São criticas de senso comum(diferentemente da apresentada no texto), mas mesmo assim, já demonstravam sua insatisfação com os problemas que o pais enfretava, que enfreta até hoje.

    Esse do Mussum com Dedé é um exemplo, é muito bom! ahahahaah

    Os Trapalhões - O governo tá certis
    http://www.youtube.com/watch?v=1IeI_NX2h2g

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