quinta-feira, 1 de setembro de 2022

The 100 - uma série para refletir

Já vou começar dizendo aqui que não acho a série "The 100" da Netflix sensacional. Na verdade, achei os seus 100 episódios medianos, com raras exceções. E acho que os criadores não tinham argumento pronto para seguir com sua proposta original por várias tempordas. A primeira temporada tem um argumento bom, o envio de 100 jovens para explorar uma terra desabitada por séculos, mas foi conduzida de forma juvenil, com muitas mulheres bonitas, roupas curtas e namoros. Ao longo das temporadas, a série ficou bem mais adulta, pesada e profunda. Com um enredo não pensado para várias temporadas, elas parecem reinícios, sem uma continuidade lógica. 
Mas os autores acabaram discutindo, de várias formas, nas várias temporadas, uma questão muito importante para a humanidade: até que ponto é positivo defendermos os "nossos": o nosso povo, os nossos amigos, os nossos companheiros, os nossos parentes, os nossos filhos. Será que é ético, e aceitável, fazermos barbaridades com os "outros" para defender os "nossos"? Em uma época em que muitos gostam de apontar o dedo e dividir a humanidade entre nós e eles, The 100 ilustra claramente o risco que há nisso. 
O que acho que a série fez muito bem foi, gradativamente, migrar de uma posição de claramente fazer o público ficar do "lado" dos protagonistas e entender a posição deles, para, pouco a pouco, ficar contra eles. Pelo menos eu, nas últimas temporadas, comecei a ver os protagonistas a cada dia com menos razão até achar, em alguns pontos, que eles eram os verdadeiros vilões (embora sempre tenham se achado mocinhos).
Enfim, se tiver tempo e paciência para assistir os 100 episódios, acho que dá para pensar muito assistindo essa série da Netflix.

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