quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Santos - uma linda cidade e uma grande história

Sou santista. Não apenas de time, que de vez em quando decanto por este blog. Sou da cidade de Santos. E muito me orgulho disso. Lá vivi até fazer 17 anos, quando mudei para estudar.
Algumas fotos da linda Santos
(fonte: wikipedia)
 

Santos é uma cidade histórica, não apenas por hoje, dia 26, fazer 466 anos. Divide a ilha de São Vicente com a celula-matter, a cidade de São Vicente, primeira cidade do Brasil. Santos começou sendo um porto. Depois veio a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos, um dos primeiros hospitais do país, ainda em 1543, que segundo os historiadores deu nome à cidade.
Santos foi o porto que trouxe a riqueza para São Paulo, primeiro com a cana, depois com o café. E ainda hoje é o maior porto do Brasil e um dos maiores do mundo, por onde passa grande parte da riqueza do nosso país.
De Santos eram os irmãos Andradas, figuras muito importantes do império, os patriarcas da independência. De Santos era Mário Covas, o melhor político que eu já conheci. Em Santos nasceram várias bandas musicais de todos os tipos, incluindo sambistas, pagodeiros e os roqueiros do Charlie Brown Junior. Mas também nasceu lá o cantor de belas músicas interioranas Renato Teixeira. Isso mostra a cara da cidade, multicultural.
Até o início do século passado Santos era uma cidade não muito interessante, pelas doenças que um local cheio de mangues e mosquitos tinha. Com a construção dos canais, Santos passou a ser uma cidade muito mais habitável. E se antes a cidade se concentrava no centro velho, perto do porto, vieram os barões dos cafés e construíram seus palácios em frente ao mar. E aí vieram os bondes, transporte coletivo até o final dos anos 60, a abertura de avenidas que ligavam o centro às praias por onde os bondes passavam (Ana Costa e Conselheiro Nébias, em especial), e os palácios foram dando lugar a prédios altos em frente ao mar. E Santos seguia pujante, crescendo e se tornando uma cidade politizada e culta. Mas chegou a ditadura e os militares resolveram punir aquela cidade que insistentemente se colocava contra. Primeiro cassaram o prefeito e passaram a nomear de forma indireta os líderes, com a desculpa que Santos era "área de segurança nacional". Depois esvaziaram a cidade de desenvolvimento: foram duas décadas com o governo central prejudicando o município. E, assim, quando minha geração chegou a juventude, Santos tinha um porto sucateado, indústrias em Cubatão com muitos problemas, nenhuma universidade pública e oportunidades profissionais apenas na área comercial. Não é a toa que de 12 primos homens da minha geração com os quais convivia na infância, apenas 5 continuaram em Santos: todos os outros mudaram-se para outras cidades em busca de emprego. Com essa evasão em massa, Santos envelheceu. E se era uma cidade jovial e rebelde nos anos 60, passou a ser uma cidade idosa e conservadora hoje. Se o primeiro prefeito eleito depois da ditadura foi do PMDB, oposição na época, e a segunda do PT, na era em que o PT era mesmo comprometido com causas sociais, Santos elegeu nos últimos quatro pleitos representantes de uma elite conservadora, que destruiram várias tradições da nossa cultura, como o desfile das escolas de samba no carnaval, que no início dos anos 90 era o segundo maior do Brasil, maior inclusive que o de São Paulo, só perdendo para o Rio e o saudoso desfile da Dona Dorotéia.
Mas a natureza, enfim, trouxe boas notícias para a cidade. Foi descoberto o pré-sal e muito dele está na bacia de Santos. E para lá está migrando a Petrobrás, com um grande centro de pesquisas e muitas outras empresas satélites. Enfim, estão revitalizando o centro velho de Santos, tão belo e histórico quanto abandonado. Quem gosta de história, não tem como não dar uma volta no bonde do centro e tomar um café na antiga bolsa  do café, prédio lindíssimo onde antes circulava grande parte do poder do país. E, depois de um abandono de décadas, estão chegando boas universidades públicas até a bela terra, incluindo FATEC, USP e uma federal, com engenharias. Agora, quem quer estudar em universidades top de linha, não vai mais precisar sair da cidade, como eu precisei. E o retorno dos jovens está fazendo a construção civil voltar a crescer, com dezenas de obras gigantes por todo a ilha. Me preocupo com o futuro da cidade, com seus prefeitos conservadores, ligados aos contrutores, liberando prédios a cada dia mais altos em uma cidade já densamente povoada e sem espaço para abrir novas avenidas. Espero que o governo e a população invistam a cada dia mais em bicicletas, ótimas para uma cidade plana como Santos, e transporte coletivo de qualidade e com preço acessível,  pois não cabem mais automóveis nas ruas.
Mas, enfim, vejo com felicidade um novo tempo de desenvolvimento na antes esquecida Santos. E aqui vai o convite para quem não conhece nossas praias, com ondas pequenas e tranquilas e os maravilhososo jardins que as margeiam totalmente: são 7km de jardins bem conservados, o maior jardim do mundo. Conheça Santos, e não só pelas praias, aproveite para passear a pé na Ana Costa, muito melhor que ficar em shoppings fechados como temos aqui no interior, não deixe de andar no bonde, visite o porto, suba no bondinho do Monte Serrat e veja a deslumbrante paisagem de lá de cima, no antigo prédio do Cassino, visite o Museu da Pesca, o Aquário e o Orquidário, enfim: Santos é muito mais que uma cidade praiana, é uma cidade para se curtir em toda sua essência. E, lógico, se você for santista também no futebol, não deixe de visitar nosso templo sagrado, a Vila Belmiro.

Veja também um pouco mais da minha história:
- Eu sou + eu
- watashi wa nihonjin desu
E um pouco mais do meu time:
- Valeu, Santos!
- Por que estou tão feliz
- Momento de GRANDE felicidade

2 comentários:

  1. Também tenho muito orgulho de ser de Santos :]

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  2. Vou conhecer o centro histórico de Santos amanhã com minha escola e eu já me apaixonei por essa cidade,eu acho que quando eu chegar eu não vou querer voltar mais.

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