Não, este post não é sobre o Santos. Perder do Barça foi tudo, menos injusto. Eu sei muito bem o nível do meu time...
Este post é sobre o melhor time que eu já vi jogar. O time que me fez me apaixonar pelo futebol. Futebol de toques bonitos, muita categoria, um show de futebol. E não, não estou falando do Barça também!
Quem tem menos de 40 anos, não lembrará disso. Mas quem tem a minha idade ou mais certamente tem na memória o nome Paolo Rossi. Esse nome, para qualquer brasileiro, causa mais terror que qualquer Jason ou Freddie, megastars do terror na década de 80...
A seleção de 82 era a certeza que o Brasil não tinha acabado no futebol com a saída do Pelé. Nós ainda sabíamos jogar futebol como ninguém. Um jogo bonito, com craques como o Zico, o Sócrates (falei dele aqui) e o Falcão, jogadores de um nível de categoria que não me lembro de ter visto depois deles. Mas também um time com um técnico, mais exatamente um maestro, que fazia aqueles 11 craques jogar em uma sintonia inesquecível: Telê Santana, para mim o melhor técnico que este país já teve.
O Brasil jogava bonito, para frente, sem medo. Se tomava um gol, ia lá e fazia dois ou três, facilmente. A certeza era tão grande, que aquele jogo contra a fraca Itália, que havia feito uma campanha ridícula até aquele dia, não assustava nada. O Brasil precisava de um empate para ir para a semi da copa, que todos tinham certeza que seria nossa. Mas naquele dia o Paolo Rossi acordou encapetado. E fez 1 X 0, mas nosso time empatou. Mas fez 2 X 1, mas conseguimos novamente empatar. E então, depois de 30 minutos do segundo tempo, fez 3 X 2, e desta vez não conseguimos mais empatar. E a melhor seleção pós-Pelé voltou para casa muito mais cedo, vindo encontrar um país enxarcado em lágrimas pela enorme desilusão.
Telê ainda dirigiu o time de 86, muito bom também, com parte da seleção de 82 e os jovens craques do time do São Paulo, liderados por Muller e Sillas. Mas novamente perdemos cedo. E o resultado dessa dupla desilusão foi o Brasil passar a acreditar que não adianta jogar bonito e não ganhar: em 90 a seleção foi a mais ridícula e retranqueira que nosso país já viu e em 94, uma seleção também jogando atrás, muito feio, com o Parreira na liderança, ganhou a Copa e sepultou definitivamente o futebol arte no Brasil, uma vez que o "futebol de resultados" do Parreira conseguiu o que o Telê não tinha conseguido.
Até hoje lembro com tristeza do resultado de 82: Telê, Zico, Sócrates e Falcão mereciam ter ganhado uma Copa. Mas o futebol não é justo, infelizmente!
Para quem é mais jovem e quer saber como foi aquela seleção ou para os mais "maduros" como eu que querem lembrar dessa passagem marcante de nossas vidas, sugiro os 4 programas especiais do Cartão Verde, da TV Cultura, por volta das 22h de terças-feiras de janeiro.
E para aqueles que adoram falar que o que importa é o título, uso o próprio exemplo da seleção para contradizê-los: tenho muito mais orgulho da seleção de 82 que por uma infelicidade não trouxe a taça, mas deu muito show que da seleção horrível de 94, com seu esquema 8 - 0 - 2 (oito atrás retrancados que, quando pegavam na bola, davam um chutão para frente, que quando caía nos pés do Romário ou no Bebeto, muitas vezes virava gol).
Viva Telê, um homem trabalhador, inteligente e íntegro como poucos do futebol, e viva aqueles jogadores fantásticos que mostraram como futebol e arte podem estar juntos!
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