terça-feira, 29 de maio de 2012

Legião Urbana e Wagner Moura - inesquecível

Um tributo incrível e inesquecível
Quem é da minha geração, quem está aí na faixa dos 40 hoje, não tem como não amar Legião Urbana. Legião, o grupo de Brasília, que o meu Paralamas trouxe ao estrelato. Legião, o grupo do Renato Russo, que antes tinha a banda Aborto Elétrico, com os membros do até hoje conhecido Capital Inicial.
Legião virou mito, virou lenda. O porquê disso é muito difícil de explicar. As músicas da Legião não são tão elaboradas, na verdade são bem simples. O próprio Renato Russo dizia que com três acordes de violão se toca tudo. Talvez esse seja o grande segredo: a simplicidade. Talvez o grande segredo seja o fato de qualquer violeiro, mais ou menos, consiga tocar as músicas deles em uma roda de amigos. E há algo melhor do que cantar música em uma roda com violão?
Outra possível explicação são as letras. Renato Russo era um poeta, um pensador incrível. Fazia pensar, fazia sonhar, fazia nossa cabeça funcionar. Desde músicas mais "pesadas", com o tom de "Geração Coca-Cola", à músicas de reflexão e lamento como "Índios" ou músicas de simples amores como "Eduardo e Mônica".
Uma terceira explicação está com o tom político do discurso da Legião, tão em moda na minha geração recém-saída da ditadura em sua tenra juventude.
Não concordo em transformarem o Renato Russo em um Deus. Renato Russo era um cara chato, arrogante, metido, intragável. O que ele falava era lindo, mas o que praticava era muito diferente. Além disso, Renato lidou muito mal com a Aids que o levou: diferentemente do Cazuza, que mostrou para minha geração a dor que a Aids gerava e foi muito educativo, o Renato escondeu o quanto pode isso do público. A personalidade do Renato era toda contraditória e era visível sua eterna inconstância. Mas Renato Russo era um autor de primeiríssima, um dos melhores que já houve, e liderou um grupo que rompeu totalmente todas as barreiras, até mesmo com um sucesso de 11minutos sem refrão, como é Faroeste Caboclo que, enfim este ano, será transformado em filme, com a Isis Valverde fazendo o papel da menina linda (que realmente é). Renato era um chato, mas um gênio que trouxe para nossa música popular dezenas de clássicos eternos.
Por outro lado, não há ator maior da minha geração que Wagner Moura. Wagner é incrível porque consegue ser bom fazendo novela, conseguiu fazer história com o maior personagem da história do nosso cinema, o inesquecível Capitão Nascimento e consegue também fazer, com a mesma competência, comédias leves como "O homem do futuro" (falei sobre esse bom filme aqui) e histórias reais de pessoas com problemas de personalidade, como "Vips" (outro filme que vale a pena ver): nesses dois filmes, Wagner faz o papel de um personagem da minha geração que, como tinha que ser, adora Legião, e acaba cantando justamente Legião Urbana, coisa que todo mundo da minha geração fez de alguma forma.
E a MTV, de outrora de tão boas memórias, e tão questionável hoje, se redime do seu decair com um encontro memorável hoje: um tributo à Legião Urbana, tendo Wagner Moura como vocalista. Algo único, histórico, fantástico. Para todos os fãs da fantástica Legião, algo para lembrar de tantos bons momentos. Para os fãs do Wagner Moura, mais uma faceta desse ator completo. Para os fãs da arte brasileira, um encontro que não tinha como não ter um final muito feliz.E para abrilhantar ainda mais o tributo, acabou de ser chamado o Bi Ribeiro, do Paralamas: dá para ser melhor?

Veja também outros músicos que deixaram saudades:

Queen
Os três malandros - saudades
Chora coração! (Wando)
Mário Lago: Um homem extraordinário!
Um talento único e uma grande vítima! (Michael Jackson)
Queen

Outros bons programas:
O novo cinema brasileiro (com O homem do futuro) e o Jabor
Roque Santeiro
A "boa" da terça
O Silvio Santos é coisa nossa!
Eu gosto do Faustão!
Senna
O discurso do rei
A rede social
Rio
Up
Trapalhões na luta contra a ditadura


Bom programa: zooparque Itatiba
Bom programa infantil - circo da Mônica
Viva o Carnaval, viva o Brasil!
Na rolança do tempo - um livro para se deleitar 

Maus programas:

A manipulação da mídia na música


O mundo andando para trás: UFC
BBB: a idiotice máxima na TV
A era da fofoca...
Belo

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